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domingo, 25 de novembro de 2012

25 DE NOVEMBRO - DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER



          Um olhar lhe subtrai, um gesto lhe amedronta, isso é violência. A violência pode não deixar marcas aparentes, mas deixa outras marcas que doem tanto quanto ou mais, pois ficam pra vida inteira... Elas deixam cicatrizes na alma, na sua existência... Nossa “colcha de retalhos” perde o colorido, isso é violência velada. Muitas vivem a vida inteira nessa condição.
No dia 25 de novembro foi lançada a CAMPANHA MUNDIAL DE COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES e se estenderá até o dia  10 de dezembro, "Dia Internacional dos Direitos Humanos".
A data de 25 de novembro de 1960 ficou conhecida mundialmente devido o maior ato de violência cometida contra mulheres. As irmãs Dominicanas Pátria, Minerva, e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, que lutavam por soluções para problemas sociais de seu país foram perseguidas, diversas vezes presas até serem brutalmente assassinadas.
Dados da OMS sobre violência contra a mulher mostra que me 84 países do mundo, o Brasil se encontra em 7º lugar, com taxa de 4,4 homicídios a cada 100 mil mulheres, demonstrando que o Brasil, segundo Sandra Machado continua sendo “Um país medievalmente patriarcal”.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Rubem Alves, Barthes e a Sapientia

Um dos educadores que eu mais amo é o Roland Barthes. Roland Barthes era um homem de uma delicadeza... todos os estudantes junto com o Roland Barthes se sentiam inteligentes porque ele tinha a capacidade de transformar qualquer coisa que o aluno falasse numa coisa bonita, ele tinha capacidade de extrair a beleza das coisas que os alunos falavam. E ele tem um texto chamado “A Aula” - é uma aula inaugural que ele deu, quando ele estava sendo inaugurado como professor de semiologia no Collège de France. E, ao final do seu texto, ele já estava se sentindo velho... 

Bom, eu estava falando sobre o Roland Barthes, e ele estava se sentindo velho, mas ele era bem mais moço do que eu, devia ter, eu acho, uns 55 anos. E ao final da aula, ele disse uma coisa muito interessante: que a vida de um professor se divide em três fases. (Na verdade, ele falou vida de um professor por modéstia, era a vida dele que se dividia em três fases.) Na primeira fase, ele disse, a gente ensina o que sabe. E é verdade, a gente ensina o que sabe, a gente ensina a criança a dar nó no sapato, a andar de bicicleta, a somar, dividir, a escrever, a gente ensina as coisas que sabe. Esse “ensinar as coisas que sabe” é um ato de transmitir as receitas de como viver que a gente aprendeu. Parte dos nossos saberes são receitas, como receita culinária do livro da Dona Benta.

Aí o Barthes foi raspando e finalmente chegou, segundo ele, àquilo que ele achava essencial, àquilo que estava por debaixo, soterrado pela educação. Então ele disse que aquilo que havia encontrado, ele ia dizer “na encruzilhada da etimologia” e usou a palavra latina sapientia. Sapientia quer dizer sabedoria. E o francês tem uma palavra para sabedoria, que é sagesse. Mas o Barthes não quis falar sagesse, ele quis falar sapientia. Por que ele quis falar sapientia? Porque a palavra sapientia, em latim, quer dizer saber “saboroso”. Sapio, em latim, quer dizer “eu degusto”.

Então, o Barthes, depois de velho, compreendeu que a coisa maravilhosa na vida não é conhecer com os olhos, como acontece com a ciência, mas é conhecer com a boca. A vida é para ser degustada, a vida é para ser experimentada sob a forma de prazer. E então o Barthes começou a falar sobre umas coisas interessantes... o prazer do texto, escrever como quem cozinha. Foi essa então... a importância do Barthes para mim, ele deu respeitabilidade acadêmica a algumas coisas que eu estava sentindo, que eu estava fazendo, mas não tinha coragem de dizer, porque eu era um professorzinho aqui do Brasil, mas quando o francês fala, então está tudo justificado... Escrever um texto para ser degustado.

Então, isso aconteceu comigo e, na medida em que eu fui entrando para essa linha, para essa experiência de sapientia, algumas coisas vieram à minha cabeça, fizeram parte da minha experiência, e eu aprendi algumas coisas que não sabia. Por exemplo: o Barthes disse que ele queria desaprender o que tinha aprendido. Eu desaprendi: eu desaprendi completamente o jeito acadêmico de falar. Eu não consigo mais falar academicamente. Eu comecei a falar por meio de imagens, as imagens vêm à minha cabeça e as imagens são deliciosas, e quando a gente usa uma imagem boa, a imagem é absolutamente inesquecível. As imagens têm o poder de transformar as pessoas. Nós estamos falando em transformação social, a transformação social não se consegue através da ciência, a transformação social se consegue através da sapientia.

Rubem Alves

Fonte:http://sapientias.blogspot.com.br/2009/05/rubem-alves-barthes-e-sapientia.html

terça-feira, 25 de setembro de 2012

NO FUNDO DO MEU CORAÇÃO


Em busca de leituras diversas, o que sempre faço nesse mundo digital, deparei com essa música de Roberto Carlos, que fala de um amor, de suas mágoas , idas e vindas... enfim fala das dores de amar. Ao nascer sabe-se que um dia irá ter sentimentos que digladiarão com outros, isso é viver: amar, sofrer, sorrir, chorar, ser feliz... VIVER SIMPLEMENTE.

Do Fundo do Meu Coração
Eu, cada vez que vi você chegar,
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido, eu disse nunca mais
Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz
Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim
Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor
Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você
Eu, toda vez que vi você voltar,
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez falei que 'sim'
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor
Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que 'sim'
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PERTENCER


Clarice Lispector 

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou. 
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça. 
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus. 
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro. 
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança. 
Mas eu, eu não me perdôo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

MINHAS SAUDADES


Um E-mail me remeteu ao passado, as várias saudades... A saudade fala português, texto de Antônio Carlos Affonso. Ele nos mostra que sentir saudades é estar vivo, ao longo dos slides, revivi, sentir saudades... da minha infância, dos presentes que sonhava, mas nunca chegaram, dos presentes que chegaram... saudades das brincadeira nas ruas, nas calçadas dos vizinhos, saudades de Irene sinônimo, para mim, de infância... saudades do cheiro da chuva, das enxurradas, da cama da minha mãe, do seu cheiro, da sua voz, mesmo quando era pra chamar a minha atenção, quase sempre. rsrs... saudades dos medos noturnos, do medo do quarto mal assombrado da casa de Madrinha Abecy... saudades dos movimentos que fazia o cavalo, e eram sentidos por mim na sela sempre segura, firmemente, pelas mãos do meu irmão, mãos calejadas, porém afáveis... saudades do sítio, da espera no final de semana pela bala trazida pelo Tio, do pão, de fabricação artesanal, mas o melhor que já comi... do cheiro do curral, do frio das manhãs neblinadas... Saudades das viagens na boleia da CD 10, olhando atentamente tio Rubem dirigir.... o cheiro do meu tio, a sua voz... tantas saudades ...Tio Amaro cabelinho lizinho, seu sorriso com minhas brincadeiras e meus beijos... saudades do cheiro do caderno novo no primeiro dia de aula...da pulsação do coração ao ganhar a primeira bicicleta algo inimaginável... saudades da casa da Dida, do bolo ainda quente comido na forma, passando de mão em mão... Saudades das conversas, sentadas na calçada do Padre Juca... das conversas na beira do fogão na casa de Detinha, da torrada... saudades das imitações de Soro Sereno... das voltas na Praça da Bandeira... Saudades das conversas, gritarias... saudades da minha adolescência, bagunça na porta da casa de Dona Geny...amigos... Saudades dos dias dentro de um ônibus e da expectativa de chegar a SP na casa das minhas irmãs... Saudades do cafuné da minha nega Jal...Saudades das risadas da baixinha, quando falava dos seus namorados... Saudades das minhas irmãs TODAS... O tempo... saudades do apartamento da Vila Medeiros... Saudades do cheiro/sabor do feijão da Lelé, das brincadeiras com o Careca e a Lena, na porta da casa, saudades do medo ao atravessar a ponte do córrego... Saudades de tudo que vivi... Saudades do colo de Tia Loza... Saudades do tempo em que a rua do Fogo era o centro do Universo... Saudades de tantas, tantos.... saudades.. Saudades até da ralação, indo dar aula no Icó... saudades de tudo... das conversas com pessoas que vi uma vez... saudades de tudo...

Amanhã somarei outras saudades...

O texto como placebo Autoajuda encerra uma lição que vale para a ciência: O paciente precisa do amparo das palavras


Acredito que a leitura é uma terapia, principalmente se é a linha que você gosta. Muitos pensam que apenas os livros de autoajuda servem como terapia, mesmo não concordando, respeito. Encontrei esse texto do Moacyr Scliar muito interessante, vale como terapia.


por Moacyr Scliar
A palavra placebo (do latim agradarei) refere-se a uma substância ou um procedimento que teoricamente não faria efeito sobre o organismo, mas que acaba tendo resultados terapêuticos, pela crença que uma pessoa deposita nela. Pergunta: é o texto um placebo? No caso da ficção, pode-se dizer que sim. É algo que resulta da imaginação de um escritor, de um cineasta, de um dramaturgo; mas, quando agrada o espectador ou o leitor (um objetivo implícito na própria criação ficcional), exerce um efeito que poderíamos chamar de terapêutico. A ficção ajuda a viver. E isso inclui uma melhora da saúde – pelo menos do ponto de vista psicológico. Para muitas pessoas a leitura é um amparo, um consolo, uma terapia. Daí nasceu inclusive um gênero de livros que se tornou popular: as obras de autoajuda. Diferentemente da ficção, elas aconselham o leitor acerca de problemas específicos: luto, controle do stress, divórcio, depressão, ansiedade, relaxamento, autoestima, e até a felicidade. Esse tipo de leitura faz um enorme sucesso; não há livraria que não tenha uma seção destinada especialmente à autoajuda.
Um dos autores mais conhecidos dessa área é o médico hindu Deepak Chopra. Formado em medicina pela Universidade de Nova Déli, na Índia, emigrou para os Estados Unidos, especializou-se em endocrinologia e trabalhou no New England Memorial Hospital, em Massachusetts. Uma carreira médica habitual, portanto, que mudou em 1985, quando Chopra fundou a Associação Americana de Medicina Védica. Em 1993, mudou-se para San Diego, na Califórnia, onde fundou o The Chopra Center For Well Being. Ainda no mesmo estado, agora em La Jolla, criou em 1996 o Chopra Center. Fazendo um parênteses: a Califórnia é um conhecido reduto da vida e da medicina alternativas, como aromaterapia, osteopatia, toque terapêutico, terapia floral e outras.
Deepak Chopra é autor de mais de 50 livros de autoajuda, que, traduzidos em 35 idiomas, fizeram enorme sucesso; em 1999, a revista americana Time incluiu-o na sua lista das 100 personalidades do século, como o “poeta e profeta das terapias alternativas”. As obras mostram a diversidade de áreas que Chopra aborda: ele fala de religião e misticismo (budismo, cristianismo, cabala), dá conselhos a pais, aborda o envelhecimento, aconselha sobre guerra e paz, fornece “sete leis espirituais” para o sucesso, e publicou dois romances, em 1999, Lords of light (Senhores da luz), e em 2000, The angelis near (O anjo está perto). Também fundou, com seu filho, Gotham Chopra, uma editora de revistas em quadrinhos e criou, junto com dois colaboradores, um tarô cabalístico composto de 22 cartas, cada uma das quais representa a história de um personagem do Antigo Testamento.
Não faltam críticos para a medicina alternativa. O argumento principal é de que a medicina moderna deve se basear em evidências resultantes de estudos experimentais, epidemiológicos, estatísticos, o que não acontece com muitos dos métodos alternativos. Isto não quer dizer que esse tipo de tratamento não funcione, ou que a literatura de autoajuda não surta efeito. Neste último caso, o que temos é um apelo espiritual ou psicológico traduzido na palavra escrita, que, ao longo do tempo, sempre teve uma aura de autoridade e de verdade. Não por acaso as três grandes religiões monoteístas, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, baseiam-se em textos: o Antigo Testamento, o Novo Testamento, o Corão. Os muçulmanos, aliás, falam nos “povos do livro”. Por outro lado, a própria medicina tem uma longa tradição de obras escritas para o público em geral. Aquele que foi, talvez, o pioneiro de todos eles, o Regimen Sanitatis Salernitanum (Regime de Saúde da Escola de Salerno) – uma das primeiras escolas médicas do Ocidente – datada do século XII ou XIII, e dá conselhos em versos, para facilitar a leitura e a memorização. Creia-se ou não na autoajuda, ela encerra uma lição, que vale para a medicina científica: o paciente precisa do amparo das palavras. Se não encontrar um médico com quem possa falar, recorrerá aos livros de autoajuda. E isso é um problema porque, como se sabe – e diferentemente de nosso organismo – o papel aceita tudo.

http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_texto_como_placebo.html

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CAETANO VELOSO - COMPLETA 70 ANOS


Dia 07 de agosto de 1942 nascia em Santo Amaro da Purificação Bahia  Caetano Emanuel Viana Telles Veloso. Caetano veio pra nos amimar com suas canções. Ele consegue com sua genialidade criar coisas inimagináveis, não teria como imaginar livros como objetos transcendentes, e  a “O Quereres”  - ...Onde queres  ato, eu sou o espírito; E onde queres ternura, eu sou tesão; Onde queres o livre, decassílabo; E onde buscas o anjo, sou mulher; Onde queres prazer, sou o que dói; E onde queres tortura, mansidão; Onde queres um lar, revolução; E onde queres bandido, sou herói...

Peter Gast teve significado pra mim depois de ouvir a música do Caetano, quanto que aprendi com “meu lindo”, “ninguém é comum e eu sou ninguém”. Eclipse Oculto – como consegue falar de um amor, como fez... “nada tem que dar certo nosso amor é bonito... não me queixo eu não soube te amar, mas não deixo de querer conquistar...”

Escreveria um livro se fosse falar de todas as canções do Caetano.. não posso deixar de falar de uma preciosidade, sim claro, “Neide Candolina”, sua professora de português com sua nobreza brau.

Caetano sinto-me confortavelmente acariciada com todas suas canções, por todas... e o quanto aprendi, desde o calor que provoca arrepio aos questionamentos com a Podres Poderes  - Será que nunca faremos ; Senão confirmar; A incompetência; Da América católica; Que sempre precisará; De ridículos tiranos; Será, será, que será?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

DESABAFO DA PROFESSORA DRIKA GALENO


Hoje, dia 27 de junho de 2012, nós servidores da secretaria de Educação do Distrito Federal, especificamente, os lotados na Coordenação Regional de Ensino do Núcleo Bandeirante participamos do Seminário Sobre Gestão Democrática, com representantes da Secretaria de Estado de Educação, representantes do sindicato dos professores e da carreira assistência, depois de alguns esclarecimentos, foi aberto pra questionamentos. A professora Drika Martins Galeno, Diretora da Escola Classe 01 da Candangolândia leu uma carta, que emocionou a todos os presentes. São profissionais como a Drika que me faz, ainda, acreditar na “Educação”, a “Educação” sonhada por todos os profissionais comprometidos que, diversas vezes, a realidade vivenciada dentro de uma Escola, nos faz pensar que seja UTOPIA. Pedi licença a professora Drika pra publicar a carta supra citada.


Boa tarde, Senhor Secretário de Educação do Distrito Federal, Sr Denilson Bento da Costa.
Gostaria de saber, o que o senhor tem a dizer a respeito das dificuldades que os Gestores das Escolas Classes que tem menos de 500 alunos estão passando, conforme meu relato que segue.
          Tenho 390 alunos distribuídos em 20 turmas, logo 20 professores regentes, 15 servidoras, EEAA, SOE, Sala de Recursos, Brinquedoteca, Lab. de Informática e 04 vigias.
Pela reestruturação da Secretária, não tivemos direito a nenhum Supervisor, mas ganhamos um coordenador, porém, é preciso esclarecer que:
ü COORDENADOR PEDAGÓGICO tem a função de elo entre os professores, tem a função de articular o trabalho pedagógico, tem a função de subsidiar os colegas em sala de aula, alem de ter as substituições para suprir, o que já desarticula todas as demais funções citadas;
ü Coordenador Pedagógico não abre e nem fecha turno de escola: 7h30, 12h30, 13h e 18h;
ü Coordenador Pedagógico não preenche mapa de merenda para 390 alunos que precisa ser cuidadosamente preenchido e nem entra em depósito no inicio dos turnos para separar as devidas quantidades dos gêneros, muito menos para contar estoque de merenda;
ü Coordenador Pedagógico não atende as solicitações do GRGP a respeito de folha de ponto, SISFREQ, processos, modulações e tudo mais que diz respeito a Gerencia de Pessoal, e isso tudo com prazos impreterivelmente marcados;
ü Coordenador Pedagógico não tem senha do SICOP e não pode pegar documentação no Expediente porque não é cargo comissionado;
ü Coordenador Pedagógico não faz compras com as verbas do PDAF e PDDE e nem faz prestação de contas;
ü Coordenador Pedagógico não responde as solicitações das questões patrimoniais e de reparo e manutenção da estrutura predial;
ü Coordenador Pedagógico não entra no GESPRO, espera 3 minutos entre uma ligação e outra para selecionar um professor substituto;
ü Coordenador Pedagógico não é responsável pelas reposições, todos os sábados até o dia 15 de dezembro de 2012;
Tudo isso quem faz Senhor Secretário é o Diretor ou Vice, além de cuidar do Pedagógico!
O Diretor está extremamente sobrecarregado, pois ele responde por tudo dentro da escola, seja pela parte administrativa, seja pela parte pedagógica.
Na reunião do dia 19.06 com a SUBEB, o senhor afirmou, com relação ao BIA, que “É fundamental que vocês se sintam envolvidos no projeto, para que possamos construir a educação de qualidade”, e eu pergunto como vamos dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo?
No meu caso especificamente, eu e a minha Vice somos totalmente Pedagógicas, de fato priorizamos a coordenação pedagógica quinzenal com nossos professores, o atendimento as necessidades diárias dos professores para que nosso PPP seja executado, o atendimento de qualidade aos pais, a participação na resolução dos conflitos entre os alunos, entrar em sala para a realização do Projeto Interventivo, enfim somos e gostamos de estar onde pulsa o coração da escola: O PEDAGÓGICO!
E tudo que relatei aqui, acontece diariamente, tanto no Pedagógico quanto no Administrativo, independente do número de alunos, Senhor Secretário!
Então, como duas pessoas podem dar conta disso tudo e ainda garantir uma educação de qualidade se não temos se quer condição mínima de trabalho?
Definitivamente, não dá para ser responsável Administrativo e Pedagógico sem condições mínimas de assessoramento!
Não dá pra sonhar e realizar uma Educação de Qualidade sem o suporte necessário para essas realizações!
Senhor Secretário, por favor, eu lhe devolvo um coordenador e o Senhor me devolve um Supervisor, e no caso da Escola Classe 01 da Candangolândia, a necessidade primordial é um Supervisor Administrativo!

terça-feira, 5 de junho de 2012

COLOMBO "DESCOBRE" A AMÉRICA


Sempre argumento quando vejo ou utilizo títulos com a palavra descobrir, no que diz respeito ao Brasil ou América, hoje não foi diferente, mas resolvi usá-lo assim mesmo. Explico: Descobrir no dicionário significa “inventar ou atestar pela primeira vez a existência ou ocorrência; fazer conhecer”, e quando Cristovão Colombo chegou a América, Pedro Álvares Cabral ao Brasil, aqui já existiam pessoas, com seus costumes, crenças... Mas pra dar continuidade aos relatos históricos que vinha postando, relato abaixo o descobrimento da América, baseado no livro 1001 Dias que abalaram o mundo.
Em uma sexta feira, 12 de outubro de 1942, Cristovão Colombo chegou a uma ilha nas Bahamas, que imaginou fazer parte da Ásia, e batizou-as de San Salvador. A viagem que conduziu à conquista do Novo Mundo pelos europeus havia começado no porto espanhol de Palos em 3 de agosto. Colombo, que recebera do regime espanhol a missão de “descobrir e conquistar ilhas e continentes no Mar Oceano”, havia zarpado com 120 homens em flotilha formada por três pequenas embarcações – Pinta, Nina e Santa Maria – para alcançar a China e o Extremo Oriente pelo oeste.
Colombo tomou posse daquela terra em nome de Fernando e Isabel da Espanha. Logo surgiram habitantes nativos da ilha trazendo de presente fios de algodão, periquitos e tabaco. Colombo prosseguiu até o que hoje são Cuba e Haiti antes de retornar em março do ano seguinte a Palos, onde teve uma acolhida esfuziante. Sua segunda viagem, mais tarde no ano de 1493 e com uma frota de 20 navios, desbravou outros lugares do Caribe.
No começo, todos na Europa compartilhavam a suposição de Colombo que havia chegado à Ásia, e foi só quando o grande navegador avistou terras venezuelanas na terceira de suas viagens, de 1498 a 1500, que ele começou a se perguntar se por acaso não teria descoberto um novo continente. Sua última viagem, em 1500, levou-o até o golfo México, mas ele não conseguiu encontrar passagem para a China e passou o último ano de vida aposentado e esquecido na Espanha até morrer, aos 55 anos, em 1506.

Fonte: 1001 dias que abalaram o mundo.

domingo, 20 de maio de 2012

O PRIMEIRO NATAL - 336 d.C.


Um calendário compilado por Fúrio Dionísio Filócalo no ano de 354 d. C., contém o seguinte registro: “VIII kal. lan. Natus Christus in Betleem ludeae (oitavo dia após as calendas de janeiro “25 de dezembro”, nascimento de Cristo em Belém na Judéia). É a primeira indicação definitiva de que, em meados do século IV, os cristãos já haviam estabelecido 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus. Os redatores dos Evangelhos não mencionam em que época do ano ele nasceu.
Há várias explicações prováveis para a escolha de 25  de dezembro. Essa era a data do solstício de inverno no hemisfério norte, já celebrada em Roma como Sol Invictus (Sol Inconquistado), uma festa pagã popular. Ela caia exatamente nove meses após o equinócio de primavera, em 25 de março, que os primeiros cristãos alegavam ser o quarto dia da criação, quando foram criados os geradores de luz tais como o Sol. Também era lógico considerar 25 de março a data de concepção de Jesus.
O costume de celebrar o nascimento de Cristo em 25 de dezembro propagou-se de Roma para o resto da Igreja no final do século IV, mas a maioria ainda considerava a Epifania a mais importante festa cristã. Foi só na Idade Média que a comemoração  do Natal começou a tomar a forma atual, com o boi e o jumento junto à manjedoura e os pastores com seus rebanhos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

DORES DA ALMA


As dores da alma dilaceram o ser, quem já não as viveu? Quem já não desesperou com essa dor, que nos parece incurável, Florbela Espanca diz  “... sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está..”. Talvez saiba onde está, mas não se sabe bem como sossegá-la. Alguns a sentem como uma facada na garganta, no peito pra outros e muitos uma dor que assola todo o corpo. Inúmeros se desesperam ao ponto de dirimirem sua existência, outros se entregam a fé e diversos vivem sua dor silenciosamente, com o tempo se acostumam, esquecem ou vivem na sua companhia eternamente. Os médicos já diagnosticam como depressão e torna os seres dependentes de medicações, às vezes, pelo resto de suas vidas. Não existe experiência para as dores da alma, ela acomete qualquer ser humano, sábios ou não, qualquer um está vulnerável, basta existir.
Existem vários significados para a alma, no hebraico (nephesh), que significa vida ou criatura, no latim (animu), "o que anima", pra nós, pobres mortais, significa existência. O bom seria que essa caminhada fosse bela, verdadeiramente bela, sem tropeços, mas existe vida sem tropeço, alma sem cicatrizes ou feridas por curar?

domingo, 15 de abril de 2012

Pesquisa sobre Leitura no Brasil




               O incentivo a leitura, não perpassa apenas na criação de novas Bibliotecas, além da necessidade de se abastecer periodicamente as já existentes, o que normalmente não acontece. Outra realidade, a qual tenho conhecimento, pois sou uma visitante assídua de livrarias, são os preços dos livros, necessitamos de políticas públicas voltadas, também, pra essa vertente, talvez assim conseguiríamos fomentar a leitura no Brasil.

Pesquisa sobre Leitura no Brasil
Resultados foram apresentados na Câmara dos Deputados, com a presença da ministra da Cultura
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, compareceu na manhã desta quinta-feira, 29, na audiência pública realizada na Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, onde foram apresentados os resultados da terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. 
Temos trabalhado muito, lançado ações, afinamos a parceria com o Ministério da Educação (MEC), temos avançado na formulação de políticas de fomento à leitura, pois essa é a condição fundamental para a formação de cidadãos leitores”, ressaltou a ministra. 
Encomendada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) ao Ibope Inteligência, a 3ª edição da pesquisa tem o objetivo central de “medir intensidade, forma, motivação e condições de leitura da população brasileira”. Segundo a ministra da Cultura, os dados da pesquisa vão contribuir para a formulação de políticas públicas destinadas ao fomento da leitura no país. Ela destacou ações de fortalecimento, a criação de bibliotecas em todos os municípios brasileiros e os programas como agentes de leitura. Também ressaltou a importância da parceria com o Ministério da Educação para que o número de brasileiros leitores continue a aumentar.
Há uma semana inauguramos uma biblioteca no município de Afuá, na Ilha do Marajó, e assim zeramos o número de cidades paraenses que não possuíam bibliotecas. No Brasil, restam 33 municípios sem bibliotecas, mas a nossa pretensão é zerar esse déficit em breve”, disse a ministra.

Leitura no Brasil
A pesquisa aponta que o brasileiro lê em média quatro livros por ano, sendo que, destes, lê integralmente apenas 2,1 livros. O estudo revelou, também, que o país é composto por 50% de leitores (cerca de 88,2 milhões de pessoas) e outros 50% de não leitores. Entre os que leem, as mulheres são a maioria, representam 53% do total do público leitor no país. Já os que não têm o hábito de ler encontram-se na base da pirâmide social: são pessoas de idade mais avançada e tem como principais entraves à leitura a alfabetização precária, o desinteresse e a falta de tempo.
Um dos pontos positivos da pesquisa é o fato do aumento do número de pessoas que declararam a leitura como uma atividade prazerosa. Entre os autores mais lidos em nosso país está Monteiro Lobato seguido por Machado de Assis. A pesquisa revelou também que biblioteca está associada a estudo e não a um lugar de lazer. Entre as tendências reveladas pelo estudo está a melhoria do acervo para que o público das bibliotecas possa aumentar.

Capacitação
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, afirmou que ações visam mudar os dados considerados negativos  e citou como exemplo o investimento de R$ 40 milhões para renovar o acervo de 2,7 mil bibliotecas em todo o país, o investimento em feiras e encontros literários em municípios de todos os estados.
“Além dessas ações, também é preciso olhar para os interlocutores, nesse sentido trabalhamos na formação e capacitação de dez mil agentes de leitura. Também já estão cadastrados doze mil títulos que integrarão o programa Livro Popular e ainda este ano estarão disponíveis à população por um preço de R$ 10”, disse Amorim.
A deputada Fátima Bezerra (PT/RN), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Livro e da Leitura e autora do requerimento para a apresentação da pesquisa na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados,  falou da importância da parceria entre o poder legislativo e executivo para que a realidade da leitura no país possa mudar efetivamente.
Esse estudo é muito rico e certamente apontará caminhos para a formulação de políticas públicas efetivas para a área do livro e da leitura e devemos ser parceiros, todos, cultura, educação, legislativo e executivo na construção de um tão sonhado país de leitores”, enfatizou a deputada.
A parlamentar também saudou o trabalho da ministra Ana de Hollanda à frente da pasta da Cultura e seu desempenho no diálogo com os congressistas.

domingo, 25 de março de 2012

SERÁ?


TODA MULHER É DOIDA. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Doidas e Santas -  Martha Medeiros

domingo, 4 de março de 2012

ALIENAÇÃO


Na atualidade com a mídia massacrando nossa mente, nos alienando ao capitalismo, ser eclético é moda, tudo ou quase tudo que é jogado na mídia é aceito sem questionamentos, os questionadores são os caretas e tachados como fora do mundo real. Um tempo atrás li na revista Filosofia algo sobre o lixo que é oferecido à massa, que diz: “O alienado ama o lixo que ouve porque não lhe é oferecido outra coisa para amar. E é sobre isso que descansa a desculpa da indústria cultural, que afirma estar fornecendo às massas aquilo que elas querem. A música séria destina-se aos eruditos, ‘aos chatos que não sabem se divertir de verdade’. É esse o mantra que as massas aprenderam.”

DIGA NÃO AS DROGAS

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "natural”, da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez.
Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais. . . Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.
Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.
Em vez de encher cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe ou ao Sábado do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de seis pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de Cópias no Brasil; e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.
Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.
A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!
Luis Fernando Veríssimo

Fonte: Revista Filosofia nº 65

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

"O fim das certezas"


            Lendo o texto “O fim das certezas”, de Luis Paulo Rouanet, publicado na revista Filosofia, nº 65, deparei com citações, questionamentos que nós educadores temos ou deveríamos ter. Ficamos bitolados nas disciplinas com a qual trabalhamos nos julgando os especialistas, não nos importando com o restante que nos cerca. Hoje o que mais falamos é de inclusão, pensamos logo nos nossos alunos, mas nós educadores precisamos nos deixar incluir, existe uma grande resistência às mudanças, enquanto educadores não podemos nos permitir a fazer parte desta estatística, na realidade em que vivemos precisamos ser camaleões...
Abaixo postei uma pequena parte do texto a que me referi supra.
(...) os teóricos precisam trabalhar não só dentro do campo de suas especialidades mas, a partir delas, interagir com outras áreas, pois o conhecimento humano é um todo, que é mais do que a mera soma de suas partes.
Dada essa necessidade de interpretação, o trabalho, agora, deve operar-se em grupo, e não mais somente individualmente. Já Bachelard dizia, em seu complexo (ET pour cause...) O novo espírito científico: “Eis doravante o guia do pensamento teórico: o grupo”.
(...) o pensamento complexo visa, sim, transcender as fronteiras, as áreas, os paradigmas. Trata-se de estimular a comunicação entre áreas até então separadas, às vezes dentro da mesma grande área. Por exemplo, o sociólogo do conhecimento muitas vezes não conversa com epistemólogos, e vice-versa. O cientista político não se entende com o filósofo político, e reciprocamente. A meu ver, tem que acabar essa segmentação. Não se pode mais desqualificar o interlocutor, com argumentos ad hominem, dizendo que estes são de outra área, ou disciplina, que não a sua. O fim das certezas acarreta, entre outras coisas, a necessidade maior de humildade, de ampliação do próprio conhecimento, rumo a uma erudição mínima, e o trabalho em grupo. Para trabalhar em grupo, é preciso, claro, partir da própria pesquisa individual, mas como maneira de inserir-se no diálogo com o outro, com colegas de outras especialidades. Sem um ponto de partida específico não se tem como contribuir para o enriquecimento da discussão. Mas o pensamento complexo indica que o filósofo, ou o cientista exato, ou de biológicas, tem que ter também, em alguma medida, o conhecimento da área de saber dos demais. Não cabe mais a separação entre Filosofia e ciências, entendidas estas de modo amplo, e incluindo a relação com a Literatura. Muitos autores, além dos citados, contribuíram para esse novo paradigma: Isaiah Berlin, Richard Rorty, Michel serres, Jacques Derrida, Michael Walzer, entre muitos. Trata-se de um novo conceito de conhecimento, e de racionalidade, mais aberto, mais plural, mais inclusivo.

 Fonte: Revista Filosofia - Nº 65 - texto: O fim das certezas - Luiz Paulo Rouanet é Doutor em Filosofia pela USP e pesquisador colaborador da Unicamp. É autor de Rawls e o Enigma da Justiça (Unimarco, 2002) e Paz, Justiça e Tolerância no Mundo Contemporâneo (Loyola, 2010)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Estudantes descobrem riqueza histórica e cultural dos povos indígenas


Abomino qualquer tipo de preconceito, alguns dos quais já sentir e sinto como os regionais (piadas com baianos e nordestinos). No Brasil o preconceito é mascarado, dentre tantos existe o preconceito com os índios, para os desinformados os índios são taxados de “preguiçosos”. Essas pessoas deveriam buscar conhecer a cultura indígena, não ficar bitolado apenas no que aprendeu em sala de aula. Como descendente de índio, fico extremamente feliz com trabalhos desenvolvidos como os das professoras Cassiana Neta Damaceno e Kátia Cristiani Borges divulgados no site do Ministério de Educação, o qual exponho abaixo.

Estudantes descobrem riqueza histórica e cultural dos povos
Rovênia Amorim  -     Sexta-feira, 06 de janeiro de 2012
No ano letivo de 2011, duas professoras que não se conhecem e moram em cidades distantes decidiram desenvolver projetos pedagógicos sobre os indígenas do Brasil. Tanto Cassiana Neta Damaceno, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Garça Branca, em Guiratinga (MT), quanto Kátia Cristiani Borges, a professora de história na Escola Gertrudes Milbratz, em Jaraguá do Sul (SC), ficaram surpresas com o entusiasmo dos alunos em pesquisar e descobrir a história e a cultura de povos tão diferentes.
“O projeto Revendo a Questão Indígena no Brasil foi importante porque muitas pessoas falam coisas que não são verdadeiras”, diz Cassiana. “Acham que os índios são preguiçosos, mas ignoram que esses povos têm cultura própria e outro ritmo de vida.”
Na escola de Kátia, os alunos do sexto ano recorreram a uma página na internet indicada pela professora para escolher um grupo indígena a ser pesquisado. No total, foram realizados trabalhos sobre 18 grupos étnicos de diferentes regiões do país.
Nas duas escolas, professores e alunos descobriram como os indígenas influenciaram e ajudaram a moldar a sociedade brasileira e como herdamos deles palavras, costumes e culinária. “Eles perceberam que os índios atuais são descendentes daqueles que estavam aqui em 1500, na época da chegada dos portugueses”, diz Kátia. “Os alunos viram que somos todos iguais, nativos da mesma terra.”
Situada a 180 quilômetros de Florianópolis, Jaraguá do Sul é uma cidade de 143 mil habitantes, com fortes heranças da colonização alemã. As diferentes culturas que os alunos descobriram na internet parecem, num primeiro momento, uma realidade distante. Mas a influência indígena está no próprio nome da cidade. Jaraguá, na língua tupi-guarani, significa senhor do vale. É como os índios chamavam o Morro da Boa Vista, um dos mais imponentes da cidade.
Na região de Santa Catarina, os tupis-guaranis predominavam no litoral. No interior, vales, encostas e planaltos viviam os xoclengues e caingangues. 
Festa — O município de Guiratinga, a 320 quilômetros de Cuiabá, tem 14 mil habitantes. O nome da cidade tem origem no tupi-guarani e significa garça branca. O projeto sobre os indígenas culminou com uma festa de fim do ano letivo da escola. Tanto os alunos do ensino fundamental regular quanto os das classes de educação de jovens e adultos recontaram lendas e participaram de encenações.
Zildo Oliveira Campos, 45 anos, concluiu o ensino fundamental pela educação de jovens e adultos em 2011. “Acho que sou meio índio, mas antes do projeto não tinha noção de como é a vida deles, como é a comida”, diz. Ele foi o pajé na encenação. “Contei a lenda de como surgiu o pé de guaraná.”
Pesquisa — Em Jaraguá do Sul, o desafio dos estudantes da Escola Gertrudes Milbratz era descobrir os costumes e as particularidades dos indígenas brasileiros. Divididos em duplas, eles pesquisaram na internet sobre 18 tribos indígenas. Das mais populares, como os ianomâmis, os pataxós e os xavantes, até os grupos mais desconhecidos — aicanãs, mundurucus e xetás. “Apenas indiquei uma página sobre o tema na internet e os orientei a observar alguns grupos para escolherem um”, diz a professora Kátia. Todos os alunos elaboram textos e prepararam cartazes para apresentação do trabalho em sala de aula.
Alexandre Gnewuch, Gabrieli Borchard e Amanda Costa Sanches, todos de 12 anos, colegas de classe, gostaram de fazer a pesquisa. “Os aicanãs vivem na região Norte e estão quase extintos”, diz Alexandre. Amanda estudou sobre uma tribo mais numerosa, os guaranis-caiouás, que se concentram em Mato Grosso do Sul e na fronteira com o Paraguai. “São mais de 77 mil índios dessa tribo”, ressalta a estudante.
O trabalho de Gabrieli abordou os arauetés, que vivem na margem direita do alto Xingu, no Pará. “Eles acreditam que vivem num mundo entre dois céus e o mundo dos brancos. O mundo deles é o que já foi habitado pelos deuses”, conta. Ou seja, o melhor dos mundos é o deles, o mundo indígena.
Confira o blog da Escola Garça Branca
Confira a página Povos Indígenas no Brasil