O ano de 1088 é amplamente aceito como a data em que a Universidade de Bolonha na Itália surgiu como instituição independente do controle eclesiástico. A universidade é uma das primeiras no mundo, e a mais antiga da Europa Ocidental.
Um dos primeiros estudiosos de Bolonha de que se tem registro é Irnério, fundador da Escola de Jurisprudência em algum momento entre 1084 a 1088. Irnério foi professor da universidade e especializou-se no código jurídico romano, o Corpo Juris Civillis, estabelecido entre 529 e 534 por ordem do imperador bizantino Justiniano I e então redescoberto no século XI. O trabalho de Irnério culminou com o seu resumo das leis de Justiniano, o Summa Codici, importante estágio do desenvolvimento cultural da sociedade européia que estabeleceu as bases de um sistema de leis escritas, sistemáticas e racionais.
A universidade conquistou a reputação de centro de excelência nas áreas da ciência e das humanidades. Em troca de seu trabalho de codificação das leis romanas, e vinculando sua autoridade à do sacro imperador romano, a instituição recebeu em 1158 do Imperador Frederico I Barbarrossa uma declaração que reconhecia seu status como lugar de aprendizado e pesquisa capaz de se desenvolver independentemente de pressões externas. A universidade era particularmente liberal para a época. Diz-se que uma mulher, Bettisia Gozzandini, estudou ali no final do século XI. Segundo os boatos ela teria depois lecionado na universidade e dado palestras diante de grandes grupos.
Após um período de declínio durante o século XIX, a universidade foi homenageada em 1988 quando representantes da comunidade acadêmica do mundo inteiro celebraram o status de Bolonha com a mãe de todas as universidades.
Fonte: livro - 1001 dias que abalaram o mundo - Edição geral Peter Furtado