O incentivo a leitura,
não perpassa apenas na criação de novas Bibliotecas, além da necessidade de se
abastecer periodicamente as já existentes, o que normalmente não acontece.
Outra realidade, a qual tenho conhecimento, pois sou uma visitante assídua de
livrarias, são os preços dos livros, necessitamos de políticas públicas
voltadas, também, pra essa vertente, talvez assim conseguiríamos fomentar a
leitura no Brasil.
Pesquisa
sobre Leitura no Brasil
Resultados foram apresentados na
Câmara dos Deputados, com a presença da ministra da Cultura
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, compareceu na manhã desta
quinta-feira, 29, na audiência pública realizada na Comissão de Educação e
Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, onde foram apresentados os resultados da
terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.
“Temos
trabalhado muito, lançado ações, afinamos a parceria com o Ministério da
Educação (MEC), temos avançado na formulação de políticas de fomento à leitura,
pois essa é a condição fundamental para a formação de cidadãos leitores”,
ressaltou a ministra.
Encomendada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) ao Ibope Inteligência, a 3ª
edição da pesquisa tem o objetivo central de “medir intensidade, forma,
motivação e condições de leitura da população brasileira”. Segundo a ministra
da Cultura, os dados da pesquisa vão contribuir para a formulação de políticas
públicas destinadas ao fomento da leitura no país. Ela destacou ações de
fortalecimento, a criação de bibliotecas em todos os municípios brasileiros e
os programas como agentes de leitura. Também ressaltou a importância da
parceria com o Ministério da Educação para que o número de brasileiros leitores
continue a aumentar.
“Há uma
semana inauguramos uma biblioteca no município de Afuá, na Ilha do Marajó, e
assim zeramos o número de cidades paraenses que não possuíam bibliotecas. No
Brasil, restam 33 municípios sem bibliotecas, mas a nossa pretensão é zerar
esse déficit em breve”, disse a ministra.
Leitura no Brasil
A pesquisa aponta que o brasileiro lê em média quatro livros por ano,
sendo que, destes, lê integralmente apenas 2,1 livros. O estudo revelou,
também, que o país é composto por 50% de leitores (cerca de 88,2 milhões de
pessoas) e outros 50% de não leitores. Entre os que leem, as mulheres são a
maioria, representam 53% do total do público leitor no país. Já os que não têm
o hábito de ler encontram-se na base da pirâmide social: são pessoas de idade
mais avançada e tem como principais entraves à leitura a alfabetização
precária, o desinteresse e a falta de tempo.
Um dos pontos positivos da pesquisa é o fato do aumento do número de
pessoas que declararam a leitura como uma atividade prazerosa. Entre os autores
mais lidos em nosso país está Monteiro Lobato seguido por Machado de Assis. A
pesquisa revelou também que biblioteca está associada a estudo e não a um lugar
de lazer. Entre as tendências reveladas pelo estudo está a melhoria do acervo para
que o público das bibliotecas possa aumentar.
Capacitação
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, afirmou que
ações visam mudar os dados considerados negativos e citou como exemplo o
investimento de R$ 40 milhões para renovar o acervo de 2,7 mil bibliotecas em
todo o país, o investimento em feiras e encontros literários em municípios de
todos os estados.
“Além dessas ações, também é preciso olhar para os interlocutores, nesse
sentido trabalhamos na formação e capacitação de dez mil agentes de leitura.
Também já estão cadastrados doze mil títulos que integrarão o programa Livro Popular e ainda este ano
estarão disponíveis à população por um preço de R$ 10”, disse Amorim.
A deputada Fátima Bezerra (PT/RN), presidente da Frente Parlamentar em
Defesa do Livro e da Leitura e autora do requerimento para a apresentação da
pesquisa na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, falou
da importância da parceria entre o poder legislativo e executivo para que a
realidade da leitura no país possa mudar efetivamente.
“Esse estudo
é muito rico e certamente apontará caminhos para a formulação de políticas
públicas efetivas para a área do livro e da leitura e devemos ser parceiros,
todos, cultura, educação, legislativo e executivo na construção de um tão
sonhado país de leitores”, enfatizou a deputada.
A parlamentar também saudou o trabalho da ministra Ana de Hollanda à
frente da pasta da Cultura e seu desempenho no diálogo com os congressistas.
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