Páginas

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PESSOAS

 g
Estive pensando em pessoas, como são? Às vezes observo no trabalho, no shopping, na rua... quanta diversidade, como é instigante.  Nessa hora minha cabeça efervesce: o que pensam, aonde vão, com quem convivem, o que fazem, o que querem... Sempre me lembro da filosofa Hannah Arendt, para ela compreender significava enfrentar sem preconceitos a realidade, e resistir a ela, sem procurar explicações em antecedentes históricos. Difícil mas necessário, olharmos os outros e nos despirmos de qualquer preconceito. Seria possível entender o Ser Humano? Ficaria louca tentando, também não quero ser compreendida por ninguém, apenas que respeitem a minha verdade assim como tento respeitar a verdade do outro.
Quando comecei a trabalhar na área da Educação (Educação com E maiúsculo, estamos precisando) acreditei que encontraria pessoas diferentes, sim as encontrei, com defeitos, qualidades, visões distintas, algumas longínquas até mesmo do nosso foco a Educação, já estou fazendo “preconceitos”, inevitável, sou um Ser Humano ainda em busca de algumas verdades, de algumas melhoras, buscando sempre...
Encontrei na minha caminhada, diversas pessoas que me fizeram sentir melhor, outras nem tanto... a vida é assim... Existem aquelas dos abraços aconchegantes que me trazem uma paz celestial, talvez sentida por todos os santos, encantos e axés; o aconchego do olhar, que sempre está ali ao meu alcance, sinto Minas Gerais; a alegria, louca e sã de uma amiga que me faz rir e brincar todos os dias úteis, como são divertidos e realmente úteis ao seu lado; uma irmã, com sua irreverência, sua fé; Minha irmã Boca, ficamos anos sem nos vê, mas os reencontros, nos faz pensar que nunca nos separamos; sabedoria infinita, compartilhamos o amor pela leitura, poesia... Muitas passam, outras ficam.
Lembrar da infância/adolescência é imprescindível, Irene, como já escrevi no texto Minhas Saudades, sinônimo de infância. Alegrias, festas, descobertas, adolescência como não marcariam. O meu Grande Amigo, esse, mesmo distante, não passou, ele faz parte da minha vida, o que seria de mim sem as conversas que tivemos e temos, mais esporádicas, porém mais sábias, leves, poéticas.
Certa vez uma amiga falou que sou seletiva, quando se trata de Pessoas, talvez seja. Falo muito, geralmente pessoas que falam muito, não observam, mas consigo ser diferente, pra mim, falar muito é inevitável, mas observar é necessário, não sei como, mas consigo.  A seletividade ela acontece quando existe algo mágico, que nos encanta. O tempo nos faz aperfeiçoar esses sentidos. Tempo, o tempo como diz a música do Caetano Veloso, Oração ao Tempo: ...Por seres tão inventivo, E pareceres contínuo, Tempo tempo tempo tempo, És um dos deuses mais lindos, Tempo tempo tempo tempo... O tempo, além de inventivo, nos amadurece, o tempo é perfeito, vamos melhorando, crescendo, acredito, talvez queira acreditar.
Manoel de Barros em sua simplicidade diz “Poesia não é para compreender, mas, para incorporar. Entender é parede: procure ser árvore.” Quando me refiro a Pessoas, gostaria de ser árvore, buscando não entendê-las, mas senti-las, essas pessoas ficam... outras vão.