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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A MÃE DE TODAS AS UNIVERSIDADES


O ano de 1088 é amplamente aceito como a data em que a Universidade de Bolonha na Itália surgiu como instituição independente do controle eclesiástico. A universidade é uma das primeiras no mundo, e a mais antiga da Europa Ocidental.
Um dos primeiros estudiosos de Bolonha de que se tem registro é Irnério, fundador da Escola de Jurisprudência em algum momento entre 1084 a 1088. Irnério foi professor da universidade e especializou-se no código jurídico romano, o Corpo Juris  Civillis, estabelecido entre 529 e 534 por ordem do imperador bizantino  Justiniano I e então redescoberto no século XI. O trabalho de Irnério culminou com o seu resumo das leis de Justiniano, o Summa Codici, importante estágio do desenvolvimento cultural da sociedade européia que  estabeleceu as bases de um sistema de leis escritas, sistemáticas e racionais.
A universidade conquistou a reputação de centro de excelência nas áreas da ciência e das humanidades. Em troca de seu trabalho de codificação das leis romanas, e vinculando sua autoridade à do sacro imperador romano, a instituição recebeu em 1158 do Imperador Frederico I Barbarrossa uma declaração que reconhecia seu status como lugar de aprendizado e pesquisa capaz de se desenvolver independentemente de pressões externas. A universidade era particularmente liberal para a época. Diz-se que uma mulher, Bettisia Gozzandini, estudou ali no final do século XI. Segundo os boatos ela teria depois lecionado na universidade e dado palestras diante de grandes grupos.
Após um período de declínio durante o século XIX, a universidade foi homenageada em 1988 quando representantes da comunidade acadêmica do mundo inteiro celebraram o status de Bolonha com a mãe de todas as universidades.

Fonte: livro - 1001 dias que abalaram o mundo - Edição geral Peter Furtado

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vício


Vício do cheiro, do carinho daquela mão marcada pelo tempo,
vício da sua história.
Vício pelo sorriso do menino.
Imagem: Cristina Cenciarelli  - Boipeba - Ba
Vício das conversas.
Vicio em contemplar a beleza das minhas meninas.
Vício do meu quarto.
Vício dos livros.
Vício do som da voz de quem já partiu.
Vícios bons... 
Vícios ruins...
Vício dos rostos cansados... sinal do tempo.
Vício das gargalhadas de tantos... tantas...
Vício do prazer de ter, sentir.
Vício pela vida.
Meu vício.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Mãos



By Cristina Cenciarelli
Mãos narram o tempo. Mãos grandes, mãos pequenas, mãos ásperas, mãos macias. Mãos de mãe – ensinam a seguir a vida, são as mãos mais desejosas de se tocar. Mãos do amado, amante, carinhosas, e quando ágeis, nos leva ao frenesi insano. Quanto mais velhas, mais lindas se tornam, contam história. Bem disse Quintana: Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama simplesmente vida.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Não tive, terei...

 Joseneide Montenegro


Quando vê o tempo passou.
A busca atropela o tempo!
O tempo é pouco à busca alucinada.
Cheguei,
A busca é outra.
Quando se vê o tempo passou... O tempo de Quintana...
É, Devia ter arriscado mais... ter visto o Sol nascer ...
Titãs, não quero esse epitáfio.
Não quero,
 mas como desviar?  Não paro...
Meu filho, um homem, como?
Infância?
Adolescência?
Não vi, passou o tempo.  
O espelho denuncia, mudou,  
não percebi,  agora paro?
Continuo?
Paro continuo?
 Aquele livro, quando veio?
Alguém o trouxe?
 Comprei?
Não sei, não lembro,
já está amarelado,
sinal do tempo,
não li...
terei tempo?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PESSOAS

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Estive pensando em pessoas, como são? Às vezes observo no trabalho, no shopping, na rua... quanta diversidade, como é instigante.  Nessa hora minha cabeça efervesce: o que pensam, aonde vão, com quem convivem, o que fazem, o que querem... Sempre me lembro da filosofa Hannah Arendt, para ela compreender significava enfrentar sem preconceitos a realidade, e resistir a ela, sem procurar explicações em antecedentes históricos. Difícil mas necessário, olharmos os outros e nos despirmos de qualquer preconceito. Seria possível entender o Ser Humano? Ficaria louca tentando, também não quero ser compreendida por ninguém, apenas que respeitem a minha verdade assim como tento respeitar a verdade do outro.
Quando comecei a trabalhar na área da Educação (Educação com E maiúsculo, estamos precisando) acreditei que encontraria pessoas diferentes, sim as encontrei, com defeitos, qualidades, visões distintas, algumas longínquas até mesmo do nosso foco a Educação, já estou fazendo “preconceitos”, inevitável, sou um Ser Humano ainda em busca de algumas verdades, de algumas melhoras, buscando sempre...
Encontrei na minha caminhada, diversas pessoas que me fizeram sentir melhor, outras nem tanto... a vida é assim... Existem aquelas dos abraços aconchegantes que me trazem uma paz celestial, talvez sentida por todos os santos, encantos e axés; o aconchego do olhar, que sempre está ali ao meu alcance, sinto Minas Gerais; a alegria, louca e sã de uma amiga que me faz rir e brincar todos os dias úteis, como são divertidos e realmente úteis ao seu lado; uma irmã, com sua irreverência, sua fé; Minha irmã Boca, ficamos anos sem nos vê, mas os reencontros, nos faz pensar que nunca nos separamos; sabedoria infinita, compartilhamos o amor pela leitura, poesia... Muitas passam, outras ficam.
Lembrar da infância/adolescência é imprescindível, Irene, como já escrevi no texto Minhas Saudades, sinônimo de infância. Alegrias, festas, descobertas, adolescência como não marcariam. O meu Grande Amigo, esse, mesmo distante, não passou, ele faz parte da minha vida, o que seria de mim sem as conversas que tivemos e temos, mais esporádicas, porém mais sábias, leves, poéticas.
Certa vez uma amiga falou que sou seletiva, quando se trata de Pessoas, talvez seja. Falo muito, geralmente pessoas que falam muito, não observam, mas consigo ser diferente, pra mim, falar muito é inevitável, mas observar é necessário, não sei como, mas consigo.  A seletividade ela acontece quando existe algo mágico, que nos encanta. O tempo nos faz aperfeiçoar esses sentidos. Tempo, o tempo como diz a música do Caetano Veloso, Oração ao Tempo: ...Por seres tão inventivo, E pareceres contínuo, Tempo tempo tempo tempo, És um dos deuses mais lindos, Tempo tempo tempo tempo... O tempo, além de inventivo, nos amadurece, o tempo é perfeito, vamos melhorando, crescendo, acredito, talvez queira acreditar.
Manoel de Barros em sua simplicidade diz “Poesia não é para compreender, mas, para incorporar. Entender é parede: procure ser árvore.” Quando me refiro a Pessoas, gostaria de ser árvore, buscando não entendê-las, mas senti-las, essas pessoas ficam... outras vão.