Um
calendário compilado por Fúrio Dionísio Filócalo no ano de 354 d. C., contém o
seguinte registro: “VIII kal. lan. Natus Christus in Betleem ludeae (oitavo dia
após as calendas de janeiro “25 de dezembro”, nascimento de Cristo em Belém na
Judéia). É a primeira indicação definitiva de que, em meados do século IV, os
cristãos já haviam estabelecido 25 de dezembro como data do nascimento de
Jesus. Os redatores dos Evangelhos não mencionam em que época do ano ele
nasceu.
Há
várias explicações prováveis para a escolha de 25 de dezembro. Essa era a data do solstício de
inverno no hemisfério norte, já celebrada em Roma como Sol Invictus (Sol Inconquistado),
uma festa pagã popular. Ela caia exatamente nove meses após o equinócio de
primavera, em 25 de março, que os primeiros cristãos alegavam ser o quarto dia da
criação, quando foram criados os geradores de luz tais como o Sol. Também era
lógico considerar 25 de março a data de concepção de Jesus.
O
costume de celebrar o nascimento de Cristo em 25 de dezembro propagou-se de
Roma para o resto da Igreja no final do século IV, mas a maioria ainda
considerava a Epifania a mais importante festa cristã. Foi só na Idade Média
que a comemoração do Natal começou a
tomar a forma atual, com o boi e o jumento junto à manjedoura e os pastores com
seus rebanhos.